"Toledo foi a capital da Espanha visigótica, até a conquista moura da Península Ibérica no século VIII. A 25 de maio de 1085, Afonso VI de Castela reocupou Toledo e estabeleceu controle direto sobre a cidade moura. Após Filipe II de Espanha mudar a corte de Toledo para Madrid em 1561, a cidade entrou em lento declínio."
"Logo na entrada da cidade, existe uma espécie de cooperativa de artesãos e artistas, habilidosos na atividade de preparar as damasquinados — as famosas peças com incrustrações em ouro de 22 quilates ou em prata."
A nossa guia que nos levou diretamente nesta fábrica e impediu qualquer possibilidade de entrarmos em qualquer outra loja. Tudo cronometrado,sem pausas.
Vitrines com Damasquinados.
Com ou sem damasquinados, Toledo merece uma visita. É uma linda cidade.
É preciso guia ou um bom mapa para circular em Toledo.
Catedral de Toledo - Gótica do Seculo XIII.
A Catedral é uma das mais lindas que já vi.
O Altar da Catedral é deslumbrante
Fotos Wikipedia
"Ostensório de ouro e prata com 3 metros de altura (1520). Tem 180 quilos e é levado as ruas de Toledo durante a procissão de Corpus Christi."
"A utilização do ostensório ou custódia é uma manifestação artística do dogma católico da transubstanciação da hóstia consagrada no corpo de Cristo e da consequente veneração que é lhe devida como presença real de Deus."
"El Transparente - O banho de luz que vem de uma a fenda no teto, faz com que o altar, por alguns minutos, pareça estar se elevando aos céus."
Cada altar revela a riqueza da Catedral
São Lucas (1610)
No Museu da Igreja, as obras de El Greco,em que ele sempre coloca seu auto-retrato, independente do personagem que está retratando.
Toledo é uma soma de estilos arquitetônicos, ruas estreitas, confusas.
Igreja de São Tomé - El Enterro do Conde de Orgaz - Obra de El Greco
El Greco pintou a obra-prima entre todas as obras-primas que nos deixou: “O Enterro do Conde de Orgaz”.
"A encomenda dessa obra lhe foi feita, em 1586, pelo pároco da Igreja de São Tomé para adornar uma capela lateral, dedicada à Virgem Maria. El Greco era um de seus paroquianos.
O tema do quadro foi inspirado em uma lenda do início do século XIV. Em 1312, faleceu Dom Gonzalo Ruiz, natural de Toledo e Senhor da cidade de Orgaz. O título de Conde lhe foi dado postumamente. Homem piedoso e muito rico, deixou grande soma de dinheiro para que ampliassem e decorassem a igreja de São Tomé. De acordo com a lenda, quando Dom Gonçalo estava para ser enterrado, Santo Agostinho e Santo Estevão descem do Céu e o enterram com suas próprias mãos, diante de uma platéia deslumbrada.
A pintura de El Greco está nitidamente dividida em duas áreas: acima, o Céu evocado por nuvens imensas e cheias de luz e santos esguios e fantasmagóricos; abaixo, na Terra, a escuridão quebrada pela luz das tochas e com as figuras presentes ao enterro, na escala humana. O que une as duas partes são a cruz, os tocheiros e outros símbolos da Fé Cristã.
No Céu as nuvens se abrem para dar entrada ao espírito de Orgaz. Cristo, todo de branco e em toda sua glória, é o ponto mais alto do triângulo formado por Ele, Maria e São João Batista, tradicional representação bizantina da súplica que os dois fazem a Deus Pai pela Humanidade. As três figuras centrais da glória celeste estão cercadas por apóstolos, mártires, reis bíblicos e justos. À esquerda, São Pedro aguarda a decisão de Cristo com as chaves na mão.
El Greco imortalizou em sua tela os aristocratas do espírito, os clérigos, os juristas, os poetas e os intelectuais que o honravam e estimavam e que ele admirava. A galeria de retratos ficou tão perfeita que era fácil reconhecer os personagens.
O céu e a terra são duas cenas distintas, mas não separadas. A tela é muito grande: 4m80 x 3m60. A originalidade da composição é surpreendente: linhas horizontais, verticais, circulares na parte inferior, diagonais na parte superior, se cruzam numa harmonia espacial espantosa.
El Greco obedece às disposições do contrato, mas dá uma dimensão atual à cena: as pessoas que comparecem ao enterro estão vestidas à moda do século XVI e são retratos perfeitos de personalidades muito conhecidas na cidade. O pároco da Igreja de São Tomé, padre André Núñez, é representado lendo, à direita de quem olha a tela. Ele é o celebrante da missa de corpo presente.
À sua esquerda, com a veste branca sobre a batina, está o helenista, jurista, arqueólogo e cônego da catedral de Toledo, Antonio Covarrubias y Leyva, grande amigo do pintor. O homem que olha para o espectador, na verdade o único adulto que nos olha, com a mão erguida, bem acima da cabeça de Santo Estevão, é El Greco. Santo Agostinho, o Bispo de Hipona, não precisamos descrever, não é?
O menino na frente de todos, que também nos olha, é Jorge Manuel, o filho do pintor e futuro arquiteto. De seu bolso sai a ponta de um lenço onde se lê a data de seu nascimento, 1578, e a assinatura do pintor.
O céu e sua corte se abrindo para acolher a alma, o papel dos santos Agostinho e Estevão, a assistência numerosa, os clérigos e o celebrante, eram exigências do contrato da Igreja com o pintor, respeitando a história do milagre. Mas só um gênio com a força criativa de El Greco para colocar tudo isso numa tela: a morte do homem e sua vida eterna, descritos com tanto equilíbrio, tanta serenidade e tanta beleza."
Fonte: Noblat
A Guia explicou o porque das correntes presas à fachada, mas eu não me lembro.
Caminho da Roça. As descidas no momento de ir embora.
Portão de entrada e saída de Toledo
Despedida às margens do Rio Tejo.